sábado, 27 de janeiro de 2018

Muito prazer em conhecer: Antoine Laurain.

Antoine Laurain nasceu em Paris nos anos 1970. Formado em cinema, atua como roteirista e diretor. É também jornalista e colecionador de antiguidades. Escreveu cinco romances entre eles  Le Chapeau de Mitterrand, que recebeu o prêmio Landerneau Découvertes e foi adaptado para a televisão na França. A caderneta vermelha é seu primeiro livro publicado no Brasil.
A caderneta vermelha foi-me sugerido pela bibliotecária da Biblioteca do Clube Dores que frequento. 
O comentário que fez ao  indicá-lo despertou minha atenção, disse-me que tem sido um livro muito procurado pelos leitores associados que tecem elogios ao devolvê-lo.. 
Antoine Laurain é um autor jovem e um excelente contador de histórias. Retirei o livro no dia 16/1 e o prazo para devolução iria até dia 31/1. Concluí a leitura em poucos dias. Não é um livro de muitas páginas, para ser exata são 132 de fácil e motivadora leitura. Uma história de uma bolsa roubada e encontrada sobre um contêiner de lixo mas sem nenhum documento ou algo que indicasse a quem pertencia. A partir daí o livreiro Laurent envida todos os esforços possíveis para encontrar a dona da bolsa. Não conto mais para não tirar o gostinho da leitura de quem se sentir motivado a lê-lo. 
Recomendo!
P.S. Não encontrei foto de Antoine Laurain na Internet, precisei fotografar a foto de uma das orelhas do livro para postá-la aqui.

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Das leituras de férias - Não nascemos prontos - Mário Sérgio Cortella.

Terminei de ler o "Não nascemos prontos" de Mário Sérgio Cortella. Não é um livro que se deva ler da capo al fine e, sim, em momentos em que estamos dispostos a refletir sobre o que lemos. 
Separei algumas colocações de textos do livro os quais me fizeram refletir.
No texto - Vergonhas amargas - na página 113, Cortella cita uma reflexão de Paulo Freire sobre a compreensão e a tarefa do nosso tempo. Chamou-me a atenção o comentário de Cortella sobre a necessidade de "se repetir não até que as pessoas se cansem, mas até que se convençam": "A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível de ser feita hoje é fazer hoje aquilo que hoje pode ser feito. Mas se eu não fizer hoje o que hoje pode ser feito e tentar fazer hoje o que hoje não pode ser feito, dificilmente eu faço amanhã o que hoje também não pude fazer."
À página 121, no texto - Sábia consciência -Cortella cita Beda, monge beneditino que viveu há 1300 anos na Inglaterra, também chamado de o Venerável."Beda nos legou (com validade indeterminada!) uma prescrição em forma de advertência, na qual diz que há três caminhos para a infelicidade ( ou fracasso): 1) não ensinar o que se sabe; 2) não praticar o que se ensina; 3) não perguntar o que se ignora." Cortella conclui:"retomando pelo positivo as três advertências de Beda - que o sucesso está na generosidade mental..., na honestidade moral... , e na humildade inteligente..." 
Ainda às páginas 131 e 132 - Um persistente cio - Cortella cita Erich Fromm - psicanalista alemão - que nos advertiu que "o homem moderno pensa perder algo - tempo - quando não faz as coisas depressa; entretanto não sabe o que fazer com o tempo que ganha, a não ser matá-lo". Citando Afonso Arinos em "A escalada" que afirma "domar o tempo não é matá-lo, é vivê-lo".
Cortella acrescenta :"Viver o tempo! Vivificá-lo, torná-lo desfrutável. Ora, nada como um bom livro para fazer pulsar a vida no nosso interior, vida essa que, quando absortos na leitura, nos faz esquecer a fluidez temporal e nos permite suspender provisoriamente a mortalidade e a finitude". 
Foi isso que senti ao concluir as excelentes "provocações filosóficas" de "Não nascemos prontos".