segunda-feira, 30 de junho de 2014

Um pouco de Clarice Lispector.



As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos.
                                                  Clarice Lispector
Sou como você me vê,
posso ser leve como uma brisa,
ou forte como uma ventania,
depende de quando,
e como você me vê passar.

                                              Clarice Lispector

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mais Fernando Pessoa




Isto


Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo.Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.


Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.


Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!



domingo, 22 de junho de 2014

Da felicidade.



"A felicidade não é uma estação à qual chegar,mas uma forma de viajar."
Margaret Lee Runbeck

"Quando a porta da felicidade se fecha,outra se abre,mas,frequentemente,estamos tão obcecados com a que se fechou que não podemos ver a que se abriu para nós."
                                                             
                                                   Helen Keller

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Mais Fernando Pessoa.




E depois desse, que tal esse outro? Difícil é escolher um que não toque o coração.




Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Ao amor!


12 de Outubro, 13 de Outubro, duas datas em que o amor é a palavra chave.Como ontem começou a Copa do Mundo, postei sobre ela. Hoje, posto sobre o amor. 



Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar.
 Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo? 



"Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca...
E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...
Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...
Sem nada dizer... "

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Tolfices também vai à Copa.

Que versos poderiam ser mais apropriados para esta época de Copa do Mundo do que esses escritos e musicados por Joaquim Osório Duque Estrada e  Francisco Manuel da Silva?

                      Parte I
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Parte II
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Atualizado ortograficamente em conformidade com Lei nº 5.765 de 1971, e com
art.3º da Convenção Ortográfica celebrada entre Brasil e Portugal. em 29.12.1943.

A despeito de tudo e de poucos vamos torcer e muito pela Seleção Brasileira. Em outubro acertaremos nossas contas com quem merece.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Quadrinhas de Fernando Pessoa

Andorinha que vais alta,
Por que não me vens trazer
Qualquer coisa que falta
E que não te sei dizer?


Cantigas de portugueses
São como barcos no mar -
Vão de uma alma para outra
Com riscos de naufragar.


Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei.


Saudades,só portugueses
Conseguem senti-las bem,
Porque têm essa palavra
Para dizer que as têm.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Economizando prazeres.


Sabem quando a gente quer prolongar um prazer? Se for um doce, a gente come devagarinho, se for uma roupa, a gente usa com cuidado, se for um passeio, a gente o faz devagarinho para que não termine logo. Pois bem, assim foi com o livro: A menina que roubava livros. A leitura ia selere até que me dei conta de que estava chegando às últimas páginas. Daí para frente, comecei a ler uma página só por noite ( meu hábito é ler antes de dormir) para "economizar" o prazer que estava me proporcionando a leitura. Finalmente, ontem,à noite acabei de ler esse que foi um dos livros mais fortes e ternos com que me deparei. Havia pensado em citar algumas passagens que me marcaram,mas não o farei para que aqueles que ainda não o leram consigam sentir as mesmas emoções que o texto despertou em mim.
Minha próxima leitura será: O tempo é um rio que corre . Comecei ontem e já de saída tive uma excelente impressão, não é de estranhar pois  se trata de Lya Luft.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Blogagem Coletiva do Pensando em familia.

 "Vamos  espalhar a beleza com as palavras.  Que os poemas invadam nosso mundo virtual e  o  transpasse em afetos" foi com essa frase linda que a Norma Emiliano introduziu a sua blogagem coletiva. Como resistir a esse convite? Lá no pensando em familia a blogagem coletiva se refere a poemas e na minha primeira participação não poderia deixar de postar Fernando Pessoa, meu poeta preferido. Escolhi um poema bem conhecido e que acho lindo. 

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.